Atenção: a partir de agora, você vai ler informações que descrevem alguns momentos da série.

Os dramas da temporada de 1994 começam antes mesmo do primeiro GP do ano, como mostra o episódio final, o sexto da série “Senna”, chamado de “Tempo”. O novo regulamento retirou toda eletrônica dos carros, tirando assim também a vantagem técnica da Williams, que fez disso seu grande diferencial nos três anos anteriores.

Episódio 6 – Tempo

Havia uma grande euforia para a ida de Senna para a Williams, mas os primeiros testes mostram as dificuldades enfrentadas pelo time – e logo depois, as desconfianças de que a Benetton de Michael Schumacher usava dispositivos eletrônicos ilegais, tornando a disputa ainda mais injusta.

O GP de San Marino, em Ímola, começa com um forte acidente de Rubens Barrichello nos treinos de sexta-feira. Senna foi ver o piloto brasileiro no centro médico e foi ele que trouxe a notícia de que estava tudo bem com o então jovem talento da Jordan. No episódio, Barrichello chama Ayrton de “Chefe” e esta e outras histórias da convivência dos dois na F1 foram destacadas por Rubinho em conversa com o site oficial Senna:

A apreensão dos cada vez mais frequentes acidentes da F1 em 1994 levanta a urgente necessidade de ter uma Associação dos Pilotos com voz ativa e presente nas decisões da categoria. Esta conversa foi levada a Senna por dois tricampeões mundiais, Niki Lauda e Jackie Stewart – como é retratado no episódio 6.

A lembrança da preocupação de Senna com segurança também é destacada na série ao relembrar um ato heroico de Senna que de fato aconteceu em 1992, quando ele parou sua McLaren em plena reta em Spa-Francorchamps para salvar Eric Comas, que bateu seu carro e estava desacordado em local perigoso e ainda com vazamento de combustível e motor em funcionamento.

Com o acidente fatal de Roland Ratzemberger no sábado, o GP de San Marino de 1994 já era marcado pela tragédia – desde 1982, ou seja, há 12 anos a F1 não tinha acidentes fatais em suas corridas. O plano de Senna em homenagear o austríaco levantando a bandeira da Áustria também é baseado na história real, conforme revelada por Galvão Bueno.

Outro emocionante momento do episódio 6, a conversa do Doutor Sid Watkins, o médico oficial da F1, com Senna aconteceu na véspera do GP de San Marino de F1. Inclusive, conforme registrado na série, Sid diz que os dois deveriam largar tudo e “ir pescar”.

Um plano futuro da carreira de Senna também é revelado no episódio 6, em que Senna aparece conversando com Lauda, então diretor técnico da Ferrari, sobre uma possível ida para a escuderia de Maranello nos anos seguintes.

Por fim, um dos principais marcos da reconciliação de Senna e Prost aparece no episódio 6. Os dois subiram juntos no pódio em Adelaide em 1993, na despedida de Senna da McLaren e de Prost da F1 e o brasileiro puxa o francês para o topo do pódio, mostrando sua reverência ao piloto da Williams. E no dia 1º de maio de 1994, é exibida na TV francesa a mensagem que Senna manda para Prost direto de sua Williams: “Alain, we miss you” (Alain, sentimos sua falta).

Os minutos finais do episódio 6 também ajudam a esclarecer muitos dos fatos reais da série, usando entrevistas reais de Senna, imagens originais dos GPs e de algumas das principais cenas exibidas na série. Abre espaço também para algumas joias da carreira de Senna, como a prova de Donington Park em 1993, quando fez a melhor primeira volta da história da F1 e colocou uma volta de vantagem sobre Prost na Williams. E também entrevistas marcantes, como a que ele manda “uma mensagem a vocês todos que estão assistindo agora”, como ele inicia uma de suas frases mais marcantes.

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá”.

Certamente a melhor maneira de encerrar uma série com tantas histórias incríveis sobre Ayrton Senna e o quanto seus valores inspiram milhões de pessoas até hoje.

Texto produzido originalmente para o site Senna.com por Rodrigo França.