Atenção: a partir de agora, você vai ler informações que descrevem alguns momentos da série.
O episódio 2 já inicia com a disputa intensa de Ayrton Senna na temporada de 1983 da F3 Inglesa, que de fato foi ponto a ponto contra um inglês, o piloto Martin Brundle. Depois de conquistar títulos em seus dois primeiros anos na Europa, o brasileiro agora buscava o título definitivo e garantir sua entrada na F1. Naquela época, o campeão da F3 Inglesa ganhava um treino de F1 e tinha ótimas chances de vaga para a principal categoria do automobilismo mundial.
Episódio 2 – Determinação
Durante a temporada da Fórmula 3, apesar de abrir boa vantagem com nove vitórias seguidas, o carro de Senna perdeu rendimento na segunda metade do campeonato e ele teve uma briga acirrada com Brundle que, evidentemente, tinha grande apoio da mídia e torcida britânica. Mas Senna levou a melhor!
Uma das histórias mais interessantes na briga pelo título foi justamente a vitória que Senna conquistou tampando o radiador com fita adesiva – um feito que o time duvidava que ele conseguiria fazer com o carro em movimento.
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Outro fato bem interessante da carreira de Senna apontado no episódio 2 é como o brasileiro já chamava atenção das grandes equipes da F1 mesmo sendo um piloto de F3. Um deles era justamente Peter Warr, chefe da equipe Lotus, que viria a ser a segunda escuderia de Senna, de 1985 a 1987. Também é citada na série a dificuldade que Peter encontra para “emplacar” Ayrton na escuderia, já que havia a preferência do time por um britânico, o que de fato aconteceu. McLaren e Williams também estavam interessadas em Senna e inclusive ofereceram testes ao brasileiro.
Outra curiosidade é que, ainda nas categorias de base, antes de assinar com o sobrenome “Senna”, Ayrton era conhecido como “da Silva”, o que inclusive gerou a famosa história de que o autódromo inglês de Silverstone era conhecido como “Silvastone” tamanha a quantidade de vitórias dele nesta pista nos tempos de Fórmula Ford.
Apesar de ter testado e inclusive quebrado recordes de pista com algumas das maiores equipes da F1, caso da Williams em 1983, as portas dos times de ponta estavam fechadas naquele momento para Senna, mesmo ele já sendo reconhecido como um jovem talento nas pistas.
O início na Fórmula 1 com a Toleman
Com isso, a primeira oportunidade que o brasileiro teve na F1 veio com a Toleman, um time que vinha de uma estrutura mais modesta, porém em ascensão – e que conquistou com Senna seu melhor resultado até então justamente com o segundo lugar em Mônaco na quinta corrida do brasileiro na F1. Aliás, a cena do episódio que mostra a corrida no principado, sob chuva, é emocionante!
Ainda sobre Mônaco, a cena retratada no Casino de Monte Carlo, embora ambientada de forma ficcional, traz fatos reais sobre o que aconteceu naquele final de semana – Senna de fato foi ao casino pela primeira vez e inclusive apostou e ganhou na roleta ao jogar no seu número de seu carro, o 19, como conta Reginaldo Leme neste vídeo.
Também é retratada na série o contato de Ayrton com os pilotos e em 1984 de fato Senna ainda era desconhecido do grande público até justamente a brilhante apresentação na chuva em Monte Carlo conseguindo um improvável segundo lugar com um time que jamais havia conquistado um pódio. E os exaustivos treinos de Senna na chuva em sua época no kart são retratados em forma de ‘flashback’ e de fato foram fundamentais para que Ayrton mais tarde se tornasse “o rei da chuva”. Sempre que chovia em São Paulo ele pegava o kart e aproveitava para treinar, como contam seus familiares.
Outro fato real é que Senna vinha descontando mais de três segundos por volta de Alain Prost e por isso seria natural que ficasse com a vitória logo em seu GP de Mônaco. Mas o diretor de prova foi pressionado para encerrar a corrida antes com o argumento de que a chuva era perigosa – Senna passou a linha de chegada antes de Prost, mas a regra prevê que, em caso de bandeira vermelha, vale o resultado da volta anterior e, por isso, o brasileiro fica em segundo lugar.
A vitória seria merecida, mas ela viria logo depois, já com a Lotus, a primeira equipe de ponta de Senna na F1 – o episódio 2 se encerra justamente mostrando a alegria de Ayrton ao saber que agora teria um carro com condições de lutar por poles, pódios e vitórias em todas as corridas.
Texto produzido originalmente para o site Senna.com por Rodrigo França.